O VAZIO DAS PALAVRAS!
Tua palavra dorme no silêncio
de um conto de Proust.
Encanta-me o vazio das palavras
Sem aquela carência infinda
Em meio a ruídos do pensar
Aplaco o silêncio com um gesto
O mesmo que me faz deslizar
No cheiro da tua pele [força que preciso]
Hoje eu te dedico uma palavra
Uma palavra de lamento
Buscada no infinito,
Pedaços de mim [que se diluíram]
Hoje eu te dedico um verso
Um verso cansado e carente
De quem sonha
Com a tua imagem [alimento de minh'alma]
Ouço os cânticos tristes,
Olhares em vão [busca infrutífera]
Dos que não falam mais de amor
Pois não vislumbram amanheceres
[Impossível conviver com a dor
de quem não ama]
* * * * * *(Foto: Silencio, de Daniel Pedrogam
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